Sim, uma visão apocalíptica! Revelada a algum sacerdote, teólogo, ou alguém de profundo conhecimento bíblico? Não! Mas a três crianças que pastoravam ovelhas, próximo a Cova da Iria, em Fátima, Portugal, há exatos 100 anos.

 

Neste dia 13 de maio de 2017, os olhares do mundo inteiro são atraídos à contemplação do que Jacinta, Francisco e Lúcia viram, ouviram, falaram e viveram através da experiência com a Virgem Maria que lhes apareceu.

Mas hoje, 100 anos depois do início de tais acontecimentos, ao contemplar o mundo e seus avanços científicos e tecnológicos, a ganância das nações em torno do ter e do poder, uma questão continua atual: por que três crianças? O que Deus teria visto nelas para motivar sua escolha de enviar-lhes a maior missionária que a História já conheceu?

 

Recordo-me vivamente de uma cena de uma filme que retrata a história dos três pastores de Fátima e quando a personagem que representava Lúcia respondia com veemência, quando se lhe fez esse mesmo questionamento: “Ela nos escolheu porque quis, apenas isso. O que não faz de nós pessoas melhores ou piores. Ela apenas quis”.

 

Ao lado do soberano querer de Deus, a primeira grande correspondência dos pequeninos que se tornaram amigos íntimos da Imaculada estava no fato de serem VERDADEIROS! Assim são as crianças! Mesmo em suas pequenas mentiras revelam a total inabilidade de mascarar a realidade, de tal forma que a verdade dita-lhes a liberdade de suas ações.

 

Outra bela característica dos pequenos eleitos da bondosa Mãe, era o fato de que eles eram NORMAIS! Eles eram camponeses. Não tinham coisas, não tinham conhecimento científico ou tecnológico… certamente sabiam falar bem sobre  jogos infantis e doces… mas no seu proceder manifestaram que não há nada mais normal do que sermos humanos.

 

Eram crianças e assim se comportavam. Preservavam em si a pureza que lhes era própria, sendo, assim, capazes de reproduzir o apelo da Divina Mãe na preservação da pureza de nossas vidas, para salvação das almas.

 

Por fim, eram PACÍFICOS! A capacidade de gerir a vida em torno do bem tornou aquelas crianças promotoras da paz. No contexto da primeira guerra mundial (1914-1918) em que se encontravam, naquelas crianças repousava a PAZ, tão desejada pelas nações, e que tantos líderes estavam longe de promover com suas armas de guerra e tratados vazios de significação fraterna.

 

“Por fim, meu Imaculado coração triunfará”. Assim prometeu a Imaculada aos pequeninos, por meio da oração do Santo Rosário para salvação das almas e a adoração a Jesus na Eucaristia, ensinada com tanto zelo pelo Anjo de Portugal.

O mais belo é contemplar que a Igreja que agora se debruça em torno desse mistério tem a oportunidade de se tornar o quarto Pastorinho. Já sabemos o caminho! Jacinta, Francisco e Lúcia nos ensinaram! Porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham (Mt. 19, 14c).

 

Santos Jacinta e Francisco, canonizados neste dia, rogai por nós!

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

 

Enelyram Roberta de Lima Ferreira

Coordenadora da RCC da Arquidiocese da Paraíba

Escrava de Maria

Nascida no dia da Virgem de Fátima