O relacionamento fraterno entre os intercessores interfere diretamente na sua intercessão que pode ser beneficiada ou prejudicada dependendo da qualidade do relacionamento entre os membros do grupo. Na Bíblia podemos encontrar alguns ensinos que nos ajudam a compreender esta realidade:

“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”. (Mt. 5,23-24)

Neste trecho do Evangelho, Jesus é bastante claro quando ensina que a nossa oração não será atendida se guardarmos no coração qualquer sentimento mal contra o nosso irmão. O amor fraterno é a matéria prima para o milagre e Deus não realizará milagres através da nossa intercessão se não encontrar esta matéria prima que é produzida a partir do relacionamento fraterno entre os intercessores.

Porém, é preciso saber que para gerar o amor fraterno não é suficiente apenas o convívio nos momentos em que nos encontramos para exercer o Ministério; é preciso mais.  É necessário o nosso esforço para demonstrar afeto, carinho e amor e estes sentimentos não são demonstrados apenas com nossas palavras ou mesmo com as nossas orações, mas, sobretudo, através de atos concretos de amor.

Podemos correr o risco de passar muitos anos participando do Grupo de Oração e servindo no Ministério de Intercessão sem que aprofundemos os nossos relacionamentos. Ficando apenas no exercício do Ministério e na participação do Grupo de Oração sem nos deixar converter, sem nos envolver com os irmãos e nos contentando apenas com um relacionamento superficial de amizade.

No entanto, a proposta do Evangelho não é esta, a doutrina que Jesus veio nos apresentar é outra. É preciso que a Palavra de Deus que ouvimos semanalmente nos nossos Grupos de Oração nos transforme realmente, como aconteceu com os primeiros cristãos no início da Igreja. Quando as primeiras comunidades cristãs surgiram em Ato dos Apóstolos, vemos que a expressão máxima destas comunidades foi a fraternidade. “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (At 4,32).

Foi este relacionamento fraterno entre os primeiros cristãos que fez a grande diferença no avanço da Igreja.O Senhor ia reunindo mais e mais pessoas e a Igreja ia crescendo, porque eles se amavam. Aliás, os cristãos eram conhecidos pelos não cristãos pelo amor que demonstravam uns pelos outros. E esse testemunho fazia com que mais e mais pessoas quisessem aderir ao cristianismo. O amor foi a principal virtude para que a Igreja, no início tímida e pequena, fosse angariando mais seguidores

A vida fraterna se constrói todos os dias. Recebida como um dom de Deus, ela exige de cada um conversão diária que confirma sua própria fidelidade e a de seus irmãos. Nosso amor a Deus e aos homens se prova e se revela na verdade de nossas relações. Ninguém pode desfrutar da alegria dessa vida sem se comprometer com o outro.

No entanto, sempre que se trata de relacionamentos humanos precisamos trazer em causa o pressuposto básico: somos humanos! E entre humanos, são normais as tensões decorrentes do fato de viverem juntos, pois fazem parte de um processo natural, comum a todas as sociedades e grupos. Aliás, estas tensões sempre hão de acompanhar a convivência de todo indivíduo dentro de um grupo. Seria ilusão pensarmos um relacionamento humano isento de qualquer possibilidade de tensão.

O Ministério de Intercessão é constituído por pessoas normais, com toda a potencialidade que lhes é própria, mas também com seus limites. Ele não se faz de pessoas perfeitas. Todas, em princípio, estão tomadas da mais pura intenção de viver em plenitude o seu ministério com todas as suas implicâncias, embora nem sempre o consigam. Mais ainda, somos pessoas humanas dotadas de uma natureza comum a todos, mas com uma história pessoal muito particular. Assim, a convivência humana como um todo é entrelaçada por contrastes e conflitos devidos às diferenças individuais, seja por temperamento, pontos de vista, modos de pensar e até por gostos.

Portanto, numa comunidade fraterna não se espera que as coisas aconteçam espontaneamente, senão que se deve buscar conscientemente o que se quer construir. Assim, como já falamos no grupo de intercessores, provavelmente teremos de fazer algum esforço para sermos mais delicados uns com os outros, mais atenciosos, mais cuidadosos, mais ternos, mais doces nas nossas palavras, gestos e atitudes. Assim, ser fraterno exige de cada um algum esforço continuado a fim de que se construa um ambiente caloroso e acolhedor entre os intercessores com o propósito de que todos se sintam bem para que a nossa intercessão obtenha o êxito que esperamos.

Se nos esforçarmos para viver o amor fraterno entre nós veremos maravilhas na intercessão e alcançaremos o mesmo êxito alcançado pelos primeiros cristãos que quando oravam viam suas preces serem atendidas de imediato. Mal acabavam de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a palavra de Deus” (At, 4,31).

Meus irmãos, não há nada mais belo do que uma comunidade que se ama. Um amor que constrói, que edifica, que ilumina e supre tantas outras necessidades de que já falamos. A ausência de amor, ao contrário, traz os piores sentimentos. A inveja, o orgulho, a prepotência, o desrespeito, a injustiça. Quem ama é justo. Quem ama é verdadeiro. Quem ama é paciente. Lembremo-nos dos ensinamentos de São Paulo em sua carta aos Coríntios: “Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade” (I Cor 13,13).

Convivendo

a)     Nos meses de outubro a dezembro queremos motivar você a buscar um maior aprofundamento no seu relacionamento fraterno com os demais intercessores e servos do seu Grupo de Oração. Procure formas simples, mas concretas para demonstrar amor e carinho. Façamos entre nós uma saudável competição para saber quem ama mais.

b)    Também continuaremos a orar com At 4,29-31 e Eclo 36, conforme sugerimos na Rede Nacional de Intercessão dos meses de agosto e setembro/13.

Deus os abençoe!

Núcleo Nacional do Ministério Intercessão

 

INTENÇÕES PARA ESTE MÊS

  1. Pelo Encontro Nacional de Formação da RCC (ENF) que acontecerá de 23 a 26 de janeiro de 2014 em Aparecida/SP.
  2. Pela Reunião de Oração do seu Grupo de Oração (pelo pregador, dirigente, músicos e demais servos e pelas pessoas que participam da Reunião de Oração).
  3. Pelos Grupos de Oração na sua Diocese, no seu Estado e no Brasil.
  4. Pelos Ministérios da RCC no seu Grupo de Oração, na sua Diocese, no seu Estado e no Brasil.
  5. Pelas necessidades espirituais e financeiras dos escritórios diocesano, estadual e nacional da RCC.
  6. Pelos projetos da RCC na Diocese, no Estado, no Brasil na América Latina e no Mundo.
  7. Pelos eventos de evangelização da RCC no seu Grupo de Oração, na sua Diocese, no seu Estado e no Brasil.
  8. Pela Reunião dos Conselhos Diocesano, Estadual e Nacional que ainda acontecerão neste ano.
  9. Pelas coordenações do seu Grupo de Oração, da RCC na sua Diocese, no seu Estado e no Brasil (Coordenadora Nacional: Katia Roldi Zavaris e sua família).
  10. Pela Santa Igreja, pelo Santo Padre, o Papa Francisco, pelo seu Bispo diocesano, pelos Sacerdotes, pelos Diáconos, pelos Religiosos e Religiosas e pelos Seminaristas.
  11. Pelas casas de missão da RCCBRASIL.
  12. Pela construção da Sede Nacional da RCC do Brasil e pelos seus colaboradores.
  13. Para que todos os membros da RCC do Brasil se abram para a moção da Reconstrução.