Com objetivo de refletir a Palavra de Deus e rezar pelo povo brasileiro, o Ministério de Fé e Política da Renovação Carismática Católica do Brasil realizará a “Vigília pela Nação Brasileira”, que acontecerá no dia 06 de setembro de 2021 das 20h (BSB) às 00h (meia noite), na modalidade online por meio do Canal do YouTube da RCCBRASIL, com transmissão da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida na arquidiocese de Brasília, na capital federal.

O tema da edição 2021 “O domínio sobre as nações está nas mãos de Deus” é inspirado pelo texto bíblico do livro de Eclesiástico 10,4, que narra as disputas motivadas por orgulho e dinheiro que ameaçavam constantemente a paz.

A moção para a 8º edição Vigília pela Nação Brasileirabusca resgatar o testemunho bíblico da esperança, visando superar a concepção da humanidade abandonada e esquecida por Deus em meio aos cenários que ameaçam recorrentemente a vida e a convivência humana em sociedade.

A relação do Deus de Israel com o seu povo acontecia através de uma aliança de amor e fidelidade (Ex 20,2) representada em diferentes momentos da história. A fome obriga Abraão e Sara a descerem ao Egito em razão de uma crise de alimento causada em razão de uma seca (Gn 12,10-20). Evento semelhante aconteceu com Jacó e sua família (Gn 42–50).

Em (Ex 1,1–15,21) se observa os israelitas vivendo sob o regime de escravidão no Egito. A crise da privação da liberdade e das duras penas impostas ao povo de Israel não ficaram ocultas na compaixão de Deus, o qual vê, ouve e conhece as dores e angústias do seu povo (Ex 1-6).

Após a libertação do Egito o povo percorre uma longa e difícil caminhada pelo deserto até chegar ao Horeb, onde acontece a revelação de Deus com o decálogo e a Sua disposição em fazer Aliança com o povo (Ex 19–24), relembrando-os que sempre esteve com eles, sem jamais os abandoná-los “Eu sou Iahweh teu Deus que te fez sair da terra do Egito, da terra da escravidão” (Ex 20, 2).

Com a morte de Moisés, coube a Josué conduzir o povo para a terra prometida, atravessando o Jordão e se preparando para tomar posse da terra. Segue-se a esse período o povo vivendo sob um sistema tribal que movido por um acontecimento político o regime é alternado para uma monarquia. As duas fases da monarquia (Saul e Davi) são marcadas pela unidade, a qual fortaleceu e consolidou o reino (nação).

A divisão e suas consequências é um momento marcante da história de Israel, o reino (nação) é dividido em duas partes após o profeta Aías de Silo estimular Jeroboão a uma ruptura com a dinastia davídica (1 Rs 11, 29-31). Com o reino (nação) dividido tendo cada qual seu próprio rei (Israel e Judá) não demorou para Israel ser destruída pelos assírios (722 a.C) e Judá ser dominada pelos babilônios (587 a.C). A divisão causada por um movimento político enfraqueceu os dois lados, de modo que ambas as partes sofreram duros golpes até a sua decadência e deportação em massa para o exílio.

Mesmo diante do desterro, humilhação e servidão a qual o reino do Norte e do Sul foram submetidos, Deus não os esqueceu, de modo que um decreto promulgado por ordem do Rei Ciro da Pérsia colocou os judeus em liberdade do cativeiro e puderam retornar do exílio (2 Cr 36,22-23) para reconstruírem o templo e a cidade de Jerusalém.

Em 198 a.C, uma nova perseguição é iniciada contra os judeus com a ascensão de Seleuco IV ao trono da Judeia, de modo que a identidade, fé e a tradição do povo passam a ficar ameaçada, porém a situação ficou ainda pior com o advento de Antíoco IV Epifânio (175 a.C) ao trono. Neste cenário de desolação a paz e a tranquilidade é devolvida ao povo com a reconquista da Judeia (1Mc 13-16).

Na palestina a partir de 135 a.C, se iniciou um novo tempo de dominação imposta pelo Império Romano, impondo sofrimento, disputas, guerras, fome e perseguição, de modo que o momento angustiante despertou a espera de um libertador comprometido politicamente contra o poder romano em uma espécie de messianismo político.

Como foi possível perceber, as situações que se apresentaram como ameaça a identidade e a fé do povo escolhido nunca passaram despercebidas pelo olhar atento de Iahweh (Deus), embora em muitas ocasiões, ainda que justificadas pelo desespero levou-os a desconfiarem da presença e do poder do seu Deus, porém nunca foram abandonados, esquecidos ou entregues aos “inimigos”.

É certo que o mundo contemporâneo é marcado por múltiplas crises que caracterizam a humanidade dividida e dilacerada pelas disputas e divisões que dificultam a convivência humana no âmbito social e enfraquecem e diminuem a força da evangelização no contexto pastoral.

“O domínio sobre as nações está nas mãos de Deus” (Eclo 10,4). Essa verdade não pode ficar esquecida ou ofuscada, pois somente em Jesus Cristo as nações devem colocar a sua esperança, pois a intervenção em favor do povo vem de Deus por meio da força do amor. O libertador político esperado na Palestina não chegou, pois, “Esta concepção de Cristo como político, revolucionário como o subversivo de Nazaré não se coaduna com a catequese da Igreja” (PUEBLA, n. 1.4), porém “de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu filho único, para que todo aquele que nele crer não pereça”(Jo 3, 16).

A Vigília pela Nação Brasileira pretende recordar que um dos aspectos que não se deve descuidar na evangelização é a do anúncio da esperança cristã em tempos de crises, bem como anunciar que Deus, vê, ouve e conhece as angústias do seu povo.

Em ação conjunta, o Ministério de Intercessão da RCCBRASIL, organizou um Tríduo de Preparação para a ‘Vigília Nacional’, e você pode participar pedindo a Divina Misericórdia pela nação brasileira.

Importante recordar que a ‘Vigília pela Nação Brasileira’ acontece no Distrito Federal desde setembro de 2014, representando o pilar da Evangelização do Ministério de Fé Política da RCCBR, não possuindo quaisquer tendências político-partidária.

 

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Referências

CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno. São Paulo: Paulus, 1986.

DOCUMENTO DE PUEBLA. Conclusões da 3ª conferência geral do episcopado latino-americano. Puebla de los Angeles, México, 1979.

DEBASTIANI, Élida; BALDIN, Pedro Sérgio. Leitura e análise de textos bíblicos / (orgs.). – Canoas, RS: Universidade La Salle, 2021.

Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.

Bíblia Pastoral: São Paulo: Paulus, 2015.

Bíblia Sagrada: São Paulo: Ave Maria, 2015.

 

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PROGRAMAÇÃO

19h30 – Acolhida e Animação

20h00 – Santa Missa presidida por Dom Paulo Cezar (Arcebispo de Brasília)

21h15 – Animação

21h30 – Pregação 01: “A esperança cristã em tempos de crises” (Dom José Aparecido – Referencial da CNBB para a RCCBRASIL)

22h10 – Adoração ao Santíssimo Sacramento/Clamor pela Nação Brasileira

22h50 – Pregação 2: “Deus, vê, ouve e conhece as dores e angústias do seu povo” (Vinícius Simões – Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL)

23h40 – Benção do Santíssimo 23h50 – Considerações finais 

00h00 – Encerramento 

 

Inscreva-se no canal do Youtube da RCCBRASIL e programe-se para não perder nenhum momento.

 

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