O Papa Francisco deu continuidade ao seu ciclo de catequeses sobre evangelização. O tema da audiência geral desta semana foi a “Exortação apostólica Evangelii nuntiandi”, de São Paulo VI, que o Santo Padre considerou como uma “obra-prima, a magna carta da evangelização no mundo contemporâneo”.

Diante de uma praça São Pedro lotada de fiéis, Francisco recordou que evangelizar não é uma mera transmissão doutrinal ou moral, mas o testemunho de um encontro pessoal com Jesus Cristo. Segundo o Pontífice, “não se pode evangelizar sem testemunho” explicando que a coerência é fundamental. “A credibilidade não vem ao se proclamar uma doutrina ou uma ideologia”, afirmou o Pontífice, que disse ainda “Uma pessoa é crível se há harmonia entre aquilo que crê e aquilo que vive: como crer e como viver. Muitos cristãos só dizem crer, mas vivem de outra coisa, como se não fossem. E isto é hipocrisia. O contrário do testemunho é a hipocrisia”, alertou o Papa.

Diante deste ensinamento, Francisco relembrou três perguntas contidas no documento de Paulo VI e repropôs a toda a igreja: “você acredita verdadeiramente naquilo que anuncia? Vive aquilo em que acredita? Prega verdadeiramente aquilo que vive?” Com essas perguntas, o Santo Padre expressa sua crença de que o cristão não pode se contentar com respostas fáceis e predefinidas. Que cada um é chamado a aceitar até o risco desestabilizador da busca, mas confiando plenamente na ação do Espírito Santo.

Francisco disse ainda que para evangelizar é preciso seguir um caminho de santidade, pois, sem ela, a evangelização corre o risco de ser vã e infecunda. Apenas “palavras, palavras, palavras”, acrescentou. 

É na santidade que nasce o cuidado pela evangelização, isso faz com que os fiéis também entendam a necessidade de um caminho de santidade. Ou seja, é preciso ter consciência de que todos são destinatários da evangelização, desde o Povo de Deus até aqueles que professam outras crenças ou mesmo aqueles que não professam nenhuma crença. “Devemos nos converter todos os dias, acolher a Palavra de Deus e mudar de vida: todos os dias. E assim se faz a evangelização do coração. (…) Para dar este testemunho, também a Igreja enquanto tal deve começar com a evangelização de si mesma. Se a Igreja não evangeliza a si mesma permanece uma peça de museu.”, afirmou o Papa.

O Santo Padre encerrou dizendo que “a Igreja deve ser uma Igreja que dialoga com o mundo contemporâneo, que encontra todos os dias o Senhor e dialoga com o Senhor, e deixa entrar o Espírito Santo que é o protagonista da evangelização. Sem o Espírito Santo, nós podemos somente fazer propaganda da Igreja, não evangelizar. É o Espírito em nós que nos impulsiona para a evangelização e a esta é a verdadeira liberdade dos filhos de Deus.”

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