Esta semana, nosso direcionamento está centrado em uma reflexão mais profunda sobre o querigma e uma visão mais ampla dos carismas, com a apostila “Em Jesus, o sentido de nossa missão”. De acordo com a autora Reinalda Delgado dos Reis, esta apostila propõe um reavivamento do Ministério de Oração por Cura e Libertação da Renovação Carismática Católica do Brasil e para a formação dos servos.

Porém, sem dúvida, trata-se de uma obra importante para todos os ministérios e núcleos de serviço da RCC. Leia a seguir a reflexão de introdução sobre o lema do Módulo de Serviço da Apostila I, direcionada para o Ministério.

Reflexões sobre o lema: “Em Jesus, o sentido da nossa missão”

Deus se revela ao Seu povo através de seus Profetas.

Isaías é considerado um dos maiores profetas de Israel. Nasceu por volta do Ano 760 a.C, de uma família nobre do Reino de Judá e no Ano de 740 a.C, tendo aproximadamente 20 anos, foi chamado por Deus ao ministério profético, que exerceu por cerca de 50 anos.

O Livro de Isaías divide-se em duas partes muito distintas. Os 39 primeiros capítulos contêm frequentes alusões ao próprio Isaías e ao seu tempo, são perfeitamente inteligíveis e os acontecimentos narrados são do tempo dos Reis: Osias, Joatão, Acaz e Ezequias, quando o povo de Israel vivia exilado e oprimido na Assíria.

Os capítulos 40 ao 66, ao contrário, foram escritos numa época posterior e bem diferente, com o povo de Israel já reintegrado em sua pátria, sob a luz da restauração de Israel.

Isaías é o Profeta da Justiça. Insurge-se contra a idolatria e os abusos sociais, ameaça ricos e poderosos e eleva sua voz contra os hipócritas e os que vivem uma vida frívola.

Seus oráculos são impregnados de uma firme esperança num rei glorioso que há de vir e restaurar a ordem do mundo; o Messias, o Príncipe da Paz!

Ele é também o Profeta da Consolação e da Esperança. Transmite-nos um conceito majestoso de Deus, o Criador e soberano Senhor, vencedor do mundo e salvador do seu povo.

Há trechos belíssimos em suas profecias, dando-nos a imagem de Jesus Cristo, o servo sofredor, que vem salvar seu povo, cumprir a missão que lhe confia Javé – o Pai, através de Seus sofrimentos.

Para nós, este lema: EM JESUS, O SENTIDO DA NOSSA MISSÃO, foi inspirado pelo Espírito Santo, pois recordamos que, chegada a plenitude dos tempos, Deus escolheu uma jovem virgem e imaculada para nela gerar o Verbo, Seu Filho Primogênito, Palavra Encarnada. Deus Filho permaneceu na obscuridade por 30 anos, e as Escrituras Sagradas não mencionam muitos acontecimentos deste período, porém São Lucas destaca no capítulo 3 de seu Evangelho, o momento em que Jesus vai ao encontro de João Batista e pede para ser batizado.

Oportunidade ímpar da manifestação da Santíssima Trindade: Jesus, o Messias, o Verbo está nas águas do Rio Jordão, sobre Ele desceu em forma corpórea, como uma pomba, o Espírito Santo; e “veio do céu uma voz: Tu és o meu Filho bem-amado; em ti ponho minha afeição” ouve-se assim a voz do Pai Criador. Ungido pelo Espírito Santo, Jesus é conduzido também por Ele ao deserto, onde permanece 40 dias, é tentado pelo demônio, e assim vitorioso, inicia sua vida pública, Seu ministério na Galiléia.

Em dia de sábado, como era costume, Jesus entrou na sinagoga de Nazaré, e agora podemos ler a partir do versículo 17 até o versículo 22, do capítulo 4 de São Lucas: “Foi-lhe dado o livro do Profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito: o Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que acabais de ouvir”.

Sim, Jesus atribui a si a profecia de Isaías. Ele mesmo, o Messias esperado vem para anunciar a Boa Nova do Pai, o tempo da graça e da misericórdia, quando todos serão curados e libertos, salvos, resgatados. Foi fiel até o fim, e como nos ensina São Paulo: “Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo reconhecido, exteriormente como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”.

Foi fiel ao Plano do Pai, cumpriu sua missão como o homem perfeito sonhado por Deus, não vacilou e pôde ver seu ministério confirmado com sinais prodigiosos, curas, libertações e milagres.

Assim também nós devemos nos conscientizar cada vez mais de que por amor continuamos a obra de Jesus, assumindo a Sua missão como sendo agora a nossa: pregar o Evangelho, anunciá-Lo com desassombro, com nossa própria vida, com nossos atos, através de nosso serviço aos irmãos, através do Ministério de Oração por Cura e Libertação.

Alguns textos podem nos ajudar a discernir melhor como devemos realizar nossa missão. Lemos em primeiro lugar Lucas 14, 26.27.33: “Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Assim, pois, qualquer um de vós que não renuncia a tudo o que possui não pode ser meu discípulo”.

Jesus explicita claramente o que para Ele significa ser um discípulo verdadeiro. “Odiar” aqui significa amar menos, ter a Jesus como Senhor, o mais importante para nós, vivermos realmente o primeiro mandamento, amando-O acima de todas as coisas, “de todo o teu coração, de toda tua alma e de todas as tuas forças”.

Ele não nos engana, segui-Lo implica Cruz, renúncia, entrega total, coisas que só se tornam possíveis, se por amor maior a Ele, Deus Pai Criador, Salvador e Senhor, Deus Amor que santifica e consola.

Podemos também ler em João 16, 13-15: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará”.

Aqui está a promessa feita aos primeiros discípulos, e a todos aqueles que assim o desejam ser ainda hoje. A unção do Espírito Santo, revelador da Verdade, da própria pessoa de Jesus Cristo, levando cada um a fazer tudo para glória do Senhor. E ainda, em complementação à esta Palavra, lemos o que Jesus dizia aos que creram nele, em João 8, 31: “Se permanecerdes na minha Palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos livrará”.

Outra promessa, agora de livramento, de vida nova, para quem permanecer na Sua Palavra, vivendo-a e anunciando-a. Assim acontece com os verdadeiros discípulos, pois reconhecem que estar na Palavra é estar no Senhor, – com Ele e para Ele, experimentando libertação e levando outros, através desta mesma Palavra, a experimentarem libertação.

Centralizemos, portanto, nosso olhar no Senhor Jesus e no Seu ministério de Homem-Deus, que em tudo realizou a vontade do Pai. Assim, nós nos orientaremos e seremos motivados, com o desejo de vê-Lo realizando sinais e maravilhas a nosso favor, como nos tempos de outrora.

Pois, como cremos, n’Ele se cumprem todas as profecias, conforme disse de si mesmo, e a nós cabe darmos continuidade à Sua missão, ou seja, fazermos dela, a nossa, com amor e gratidão.

Por Reinalda Delgado dos Reis
 

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