A manhã de sábado (25/01) no Encontro Nacional de Formação 2020 (ENF) inicia com a celebração da Santa Missa, às 8h, no Centro de Evangelização Dom João Hipólito (Canção Nova), em Cachoeira Paulista (SP), presidida por Dom Guido Zendron. Ao iniciar sua homilia, o Bispo da Diocese de Paulo Afonso (BA) saudou os sacerdotes, seminaristas, diáconos, religiosos, consagrados e a todos que participam do ENF. 

Dom Guido começa falando que a providência divina quis que pudéssemos celebrar o grande acontecimento da conversão de São Paulo nos permitindo pensar no caminho de cada um de nós na Igreja, meditando sua conversão. Assim, a reflexão partiu da pergunta que Saulo fez quando caiu do cavalo: “Quem és tu Senhor?” 

“Quem és tu Senhor, que depois de mais de 2 mil anos quis escolher pessoas frágeis como nós para continuar no mundo a Tua presença que salva? Quem és tu que estás ainda escolhendo muitos jovens para se consagrarem totalmente a Ti, para trabalharem pela tua Igreja? Enfim, quem és tu Senhor, que conquistou a minha vida, a nossa vida?”, pergunta.

Em seguida, o celebrante diz que essa pergunta sempre deveria nascer dentro de nós. Ela [a pergunta], depois desses dias de formação tende a ter uma consistência maior, tem um desejo maior dentro de nós de não perdermos essa amizade com Cristo. 

O convite é o de percorrer o mesmo caminho que Paulo percorreu na leitura de hoje. Ele ressalta a preocupação de Paulo em, desde jovem, agradar a Deus, mas que por causa da ignorância, achava que isso era prender e perseguir. O limite de Saulo era o mesmo nosso, muitas vezes, de usar a razão acreditando unicamente naquilo que podemos realizar. “Mas a razão é usada de uma forma plena quando aceita a categoria da possibilidade. Se eu tirar a possibilidade da vida cotidiana, a vida fica estéril”, completa o bispo. 

Ele afirma ainda que não precisamos de virtudes particulares para ser escolhidos por Deus. “Deus foi ali, no coração de Saulo onde tinha a pequena abertura de querer agradar a Deus e, Jesus Cristo aparece, pega a pontinha do coração e começa uma história nova. Isso aconteceu com o ladrão na cruz, com a adúltera, com todos nós. Estamos aqui não porque somos melhores que os outros, mas porque Deus em sua misericórdia nos trouxe aqui, nos fez cair do cavalo”. 

São Paulo diante desta novidade, dessa luz de Cristo, cai do cavalo, cai no chão. Ele que era acostumado a estar acima de tudo e todos, cai no chão. Dom Guido exorta-nos: “De quantos cavalos ainda eu devo ser derrubado para percorrer o caminho do Espírito Santo? É o orgulho, a presunção, o comunismo, me achar melhor que os outros…? Hoje o Senhor nos diz: não tenha medo de cair!”

Em seguida, meditando a necessidade de esquecermos das nossas próprias vontades e certezas para deixar Cristo agir, lembra uma frase do Papa Francisco de que “Precisamos nos descentralizar, que o centro da vida seja Jesus Cristo”.

“Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim”. Dom Guido convida os fiéis a repetirem essa frase de São Paulo: “Esta é a força, o batismo no Espírito Santo, que não necessariamente é falar em línguas, mas que cada pessoa diga: que bom é ser amigo de Cristo”.

O que Jesus quer de nós não é o nosso fazer, mas o nosso ser. Ele não quer em primeiro lugar as nossas obras, mas nosso coração. “De que adianta fazer encontros e encontros, se Ele não obter nosso coração?”

Além disso, reforça a importância da comunhão de que a experiência com Cristo não pode viver sozinho. “Nenhum de nós pode sozinhos fazer a experiência do Espírito Santo. Uma pessoa que diz receber o Espírito Santo e não vive a comunhão é uma pessoa perigosa. Sem a comunhão do carisma com a autoridade, os frutos morrem. Ideal é quando a autoridade não tem medo do carisma e carisma não tem medo da autoridade”. 

Ele continua, observando que, infelizmente, a palavra autoridade perdeu o sentido que ela tem: aquele que faz crescer. Uma boa autoridade procura aproximar uma pessoa de Cristo. “Dentro da história da salvação podemos ver que aqueles que foram protagonistas foram aquelas pessoas que se deixaram gerar. Ninguém gera se não foi gerado. Isso aconteceu com São Paulo. Depois, tudo que ele vivia era para afirmar a pessoa de Cristo.”

Ao finalizar a homilia, Dom Guido diz que cada um de nós é chamado a se deixar de lado, através da liturgia, no método que Deus nos chama a estar com Ele. Não é o que posso fazer, mas como é que eu posso ser. Termina com uma frase de um padre amigo que está no céu: “O protagonista da história é o mendicante; Cristo mendicante do coração homem, o homem mendicante de Cristo”

Se nós estamos aqui é porque Cristo quer o nosso coração e nós queremos Cristo. Que o batismo no Espírito Santo possa atrair ao coração de Cristo todas as pessoas que ele colocar em nossos caminhos. Amém!

Ao fim da celebração, Vinicius Simões, presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, agradece Dom Guido e diz que todos nos unimos a ele nesse ENF, a cairmos do cavalo e converter-se a Jesus Cristo. 

 

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Acompanhe a transmissão ao vivo do ENF 2020 pelo Youtube:

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