Na noite desta quarta-feira (28/06/2017) aconteceu a abertura da grande Festa do Jubileu de Ouro da Renovação Carismática Católica, no Santuário do Pai das Misericórdias, na Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). O evento em celebração aos 50 anos de atuação da RCC no mundo começou nesta quarta-feira (28) e será encerrado no próximo domingo (02).
A Santa Missa de abertura foi celebrada por Dom Nelson Francelino (bispo da diocese de Valença – RJ). Pe. Roger Luís (membro da Comunidade Canção Nova) deu as boas-vindas aos participantes do evento e a todos os peregrinos. O sacerdote ainda manifestou a alegria em celebrar os 50 anos da RCC na Canção Nova e deu as boas-vindas aos cerca de 40 sacerdotes presentes, em especial a Dom Antonio Carlos Altieri, arcebispo emérito de Passo Fundo (RS) e ao Padre Eduardo Dougherty, sj., um dos pioneiros da RCC no Brasil.
No início, Dom Nelson convidou os membros da RCC a sair dos festejos deste evento completamente renovados. O bispo destacou que os 50 anos da RCC nos faz chegar no Santuário do Pai das Misericórdias trazendo muita ação de graças, mas também muita penitência. Em seguida, ele convidou a assembleia reunida a derramar todo o seu arrependimento no altar e clamar a Deus que, na sua infinita misericórdia, refaça todo o Movimento.
O bispo destacou na sua homilia que a RCC é um dom de Deus para a Igreja, mas que ainda enfrenta muitos desafios, como ao longo desses 50 anos. Ele destacou também que muitas coisa mudaram nessas 5 décadas, mas que a força do louvor é a grande contribuição dada pela RCC à Igreja, impressa através do Concílio Vaticano II.
Relembrando o final de semana de Duquesne, o bispo falou que o número aproximado de 120 milhões de carismáticos no mundo é o grupo de protagonistas e continuadores fiéis desta graça que contribuiu com a renovação de toda a Igreja.
Ao refletir sobre a Primeira Leitura da Santa Missa (Gn 15,1-12.17-18), Dom Nelson convidou os membros a meditar profundamente a generosidade do amor de Deus. “A promessa de Deus a Abraão se efetua na missão da RCC na Igreja”, disse Dom Nelson, que para explicar isso utilizou de três realidades que marcaram a história do Movimento: memória, gratidão e missão.
MEMÓRIA
“Meio século de história… fazer memória é voltar às fontes, retornar às origens. Na origem do Movimento, no final de Semana de Duquesne, entre os estudantes havia uma pobreza de jovens que apenas confiavam e se colocavam a disposição e, através daquela pobreza, Deus faz um belo Movimento que renova e coloca em prática as prerrogativas do Concílio Vaticano II”, refletiu o bispo.
Reforçando a necessidade do louvor, o bispo comparou as ações nesses 50 anos à travessia do Mar Vermelho (cf. Êx 14, 5-31), falando sobre toda resistência, ousadia, lágrimas e incompreensões que a RCC precisou enfrentar. “Mas, a obra não era nossa, a obra é de Deus, que nos fez fiéis, a exemplo de Maria, à vocação original e obediência aos legítimos pastores. Somos convidados a dizer como Maria ‘Eis aqui o teu servo’, em meio a todas as incompreensões”. Dom Nelson convocou-nos ainda a sermos “protagonistas de um tempo novo… Temos certeza que esses 50 anos foram percorridos não na nossa inteligência, mas sob a moção do Espírito de ternura, e com carinho nos convenceu que não era uma obra humana, mas, divina”.
GRATIDÃO
Dom Nelson recordou que em nenhum momento nos faltou o agir da mão de Deus. “A gratidão se transforma em ousadia, em que acreditamos que para Deus nada é impossível… Quando os Grupos de Oração aconteciam nas casas, quanta resistência! Mas a ousadia venceu o medo e hoje podemos testemunhar como que a cada dificuldade a RCC se recria, na força do Espírito Santo…anos 80, quantas dificuldades, eu ainda era adolescente! Quantas vezes nos encontrávamos e cantávamos aquele louvor em nossas barreiras, cruzes e perseguições. Mas, vencemos no louvor”.
Nesse momento, o bispo convidou as pessoas a, junto com o Ministério de Música, cantar uma música, recordando canções que marcaram as histórias dos Grupos de Oração anos atrás. “Se começarmos a orar”, embalou esse momento, proporcionando um momento de muita lembrança, alegria e emoção aos participantes.
O bispo ressaltou ainda que é preciso voltar àquela atmosfera inicial de louvor, vitória e superação. “Nós católicos temos que atuar nas situações difíceis do Brasil dobrando o joelho e atuando no louvor, Deus há de ter misericórdia do Brasil”.
MISSÃO
Falando sobre os últimos apelos do Papa Francisco, Dom Nelson tratou sobre a importância da RCC responder às necessidades da Igreja e da Sociedade com seus dons e trabalho: “Queremos nos relançar no projeto da Igreja em saída, levando o nosso carisma, o evangelho da alegria aos pobres e abandonados, fazendo multiplicar nos Grupos de Oração o ardor missionário, não nos acomodando nas estruturas do templo, mas indo às favelas, faculdades, aos prédios… Assim, globalizando o louvor!”, convocou os membros da RCC já no início do evento.
Animando, confortando e convocando a RCC em missão, Dom Nelson explicou que “assim como Abraão, Deus tem dito à RCC, EU SOU TEU ESCUTO. Deus conclama sua imutável fidelidade! Abraão acreditou e se tornou justo. Que a exemplo dele, nós também transformemos nossa vida”.
“Unidos a Cristo, renovemos nesses dias, a oferta de nós mesmos e a oferta dos nossos Grupos de Oração para servir com amor à Igreja, em saída, na direção dos mais fragilizados. Que as dificuldades não nos pare, mas que a ousadia nos faça ultrapassar todas as dificuldades, e alcancemos enfim a esperança, ordem e o progresso”.
Depois da comunhão, o bispo conduziu um forte momento de louvor e ação de graças, agradecendo a Deus por tudo o que Ele permitiu na história do Movimento, e suplicando a Ele que faça muito mais por meio dos servos da RCC em todo o Brasil. “Senhor, confirma em nós, os teus servos, a missão de através do louvor (que passa pela cruz e dor) mostrar o caminho da ressurreição a todos os seus filhos”, orou Dom Nelson.
Katia Roldi Zavaris, presidente do Conselho Nacional da RCC do Brasil, agradeceu o bispo em nome de toda a Renovação Carismática. “Como Dom Nelson disse, essa é a festa do Louvor e da Gratidão pelos nossos 50 anos”, definiu a presidente. Em seguida, Aluísio Nóbrega, presidente da Fraternidade Católica do Brasil e fundador da Comunidade Face de Cristo, partilhou que a RCC e novas Comunidades, como a corrente de graça, tem muito a celebrar por esses dias.
Antes da bênção final da celebração, o bispo convidou os participantes a orarem por todos os Renasem’s estaduais (Retiros do Ministério para Seminaristas), por todos os seminaristas e sacerdotes do Brasil, clamando a intercessão da Virgem Maria que, conforme dito pelo bispo, sempre acompanhou a RCC em todos os seus ‘dramas’ e dificuldades nesses anos.