Jorge Mario Bergoglio nasceu no dia 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires (Argentina). Filho de emigrantes piemonteses, diplomou-se como técnico químico, e depois escolheu o caminho do sacerdócio. Em 1958 entrou no noviciado da Companhia de Jesus e em 13 de dezembro de 1969 foi ordenado sacerdote. Em 1992 João Paulo II nomeou-o bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires. Quase 10 anos mais tarde, em fevereiro de 2001, João Paulo II criou-o cardeal e, no ano de 2013, tornou-se o primeiro Papa americano e Jesuíta: o Papa Francisco.

Hoje, no dia que celebra 82 anos, queremos clamar a Deus que dê toda graça necessária ao nosso Papa. Além disso,queremos relembrar 06 importantes trechos da fala do Santo Padre que marcaram seu pontificado e sua relação com a Renovação Carismática Católica:

 

1. O Movimento fez uma boa estrada

A pergunta do senhor era sobre o Movimento de Renovação Carismática. Eu digo-lhes uma coisa. Nos anos…, no final dos anos setenta e início dos anos oitenta, eu não podia vê-los. Uma vez, falando sobre eles, eu dissera esta frase: «Estes confundem uma celebração litúrgica com uma escola de samba». Isto disse eu. Eu me arrependi. Depois conheci melhor. Verdade é também que o movimento, com bons conselheiros, fez uma boa estrada. E agora penso que esse movimento faz muito bem à Igreja, em geral. Em Buenos Aires, eu convocava-lhes frequentemente e uma vez por ano eu celebrava uma Missa com todos eles na catedral. Eu sempre lhes favoreci, depois que me converti, quando eu vi o bem que faziam. Porque, neste momento da Igreja – e aqui alargo um pouco a resposta –, eu acho que os movimentos são necessários. Os movimentos são uma graça do Espírito. «Mas como é possível subsistir um movimento que é tão livre?» Também a Igreja é livre! O Espírito Santo faz aquilo que quer. Além disso, o trabalho d’Ele é fazer harmonia. Mas eu acho que os movimentos sejam uma graça, aqueles movimentos que têm o espírito da Igreja. Por isso, creio que o movimento da Renovação Carismática sirva não só para evitar que alguns passem às confissões pentecostais; mas é útil à própria Igreja! Nos renova. E cada um procura o próprio movimento, de acordo com o seu carisma, onde o Espírito o conduz.

(encontro com jornalistas durante o voo de regresso para Roma após a JMJ RIO 2013-  em 28/07/2013)

 

2. Corrente de graça

Vós, Renovação Carismática, recebestes um grande dom do Senhor. Nascestes de um desejo do Espírito Santo como «uma corrente de graça na Igreja e para a Igreja». Esta é a vossa definição: uma corrente de graça.

Qual é o primeiro dom do Espírito Santo? O dom de si mesmo, que é amor e faz com que nos apaixonemos por Jesus. E este amor muda a vida. Por isso dizemos «nascer de novo para a vida do Espírito». Disse-o Jesus a Nicodemos. Recebestes o grande dom da diversidade dos carismas, a diversidade que leva à harmonia do Espírito Santo, ao serviço da Igreja.

 

3. Uma grande Orquestra

Quando penso em vós, carismáticos, vem-me à mente a própria imagem da Igreja, mas de modo particular, penso numa grande orquestra, na qual cada instrumento é diverso do outro e também as vozes são diferentes, mas todos são necessários para a harmonia da música. Já são Paulo nos diz isto, no capítulo 12 da Primeira Carta aos Coríntios. Portanto, como numa orquestra, ninguém na Renovação pode pensar que é mais importante ou maior do que o outro, por favor! Porque quando algum de vós acredita que é mais importante do que o outro ou maior do que o outro, começa a peste! Ninguém pode dizer: «Sou o chefe». Vós, como toda a Igreja, tendes uma só cabeça, um só Senhor: o Senhor Jesus. Repeti comigo: quem é o chefe da Renovação? O Senhor Jesus! Quem é o chefe da Renovação? [a multidão:] o Senhor Jesus! E podemos dizer isto com o poder que nos dá o Espírito Santo, porque ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor» sem o Espírito Santo.

 

4. Estais sempre com a Palavra de Deus

Nos primeiros tempos ouvia-se que os carismáticos levavam sempre uma Bíblia consigo, o Novo Testamento… Ainda hoje fazeis isto? [a multidão:] Sim! Não tenho muita certeza! Se não for assim, voltai a este primeiro amor, trazei no bolso, na bolsa, a Palavra de Deus! E lede um pequeno trecho. Estai sempre com a Palavra de Deus.

 

5. O que o Papa Espera da RCC?

O vosso percurso é: evangelização, ecumenismo espiritual, cuidado dos pobres e dos necessitados e acolhimento dos marginalizados. E tudo isto com base na adoração! O fundamento da renovação é adorar a Deus!

Pediram-me que dissesse à Renovação o que o Papa espera de vós.

A primeira coisa é a conversão ao amor de Jesus que muda a vida e torna o cristão testemunha do Amor de Deus. A Igreja espera este testemunho de vida cristã e o Espírito Santo ajuda-nos a viver a coerência do Evangelho para a nossa santidade.

Espero que partilheis com todos na Igreja a graça do Baptismo no Espírito Santo (expressão que se lê nos Actos dos Apóstolos).

Espero uma evangelização com a Palavra de Deus que anuncia que Jesus está vivo e ama todos os homens.

Que deis um testemunho de ecumenismo espiritual com todos os irmãos e irmãs de outras Igrejas e comunidades cristãs que crêem em Jesus como Senhor e Salvador.

Que permaneçais unidos no amor que o Senhor Jesus pede a nós por todos os homens, e na oração ao Espírito Santo para alcançar esta unidade, necessária para a evangelização em nome de Jesus. Recordai que «a Renovação Carismática é ecuménica pela sua própria natureza… A Renovação Carismática rejubila-se por aquilo que o Espírito Santo realiza nas outras Igrejas» (1 Malinas 5, 3).

Aproximai-vos dos pobres, dos necessitados, para tocar na sua carne a carne ferida de Jesus. Aproximai-vos, por favor!

Procurai a unidade na Renovação, porque a unidade vem do Espírito Santo e nasce da unidade da Trindade. De quem vem a divisão? Do demónio! A divisão vem do demónio. Fugi das lutas internas, por favor! Que entre vós elas não existam!

(discurso aos participantes do 37º Encontro Nacional da RCC, noestádio olímpico de Roma- em 01/06/2014)

 

6. Ecumenismo de sangue

Hoje escolhemos reunir-nos aqui, neste lugar — disse o pastor Traettino — porque aqui, durante as perseguições foram martirizados alguns cristãos, para o deleite daqueles que assistiam. Hoje há mais mártires do que ontem! Hoje há mais mártires, cristãos. Aqueles que matam os cristãos, antes de os assassinar não lhes perguntam: «És ortodoxo? És católico? És evangélico? És luterano? És calvinista?». Não. «És cristão?» — «Sim»: degolam imediatamente. Hoje há mais mártires do que nos primeiros tempos. E este é o ecumenismo do sangue: une-nos o testemunho dos nossos mártires de hoje. O sangue cristão é derramado em diversos lugares do mundo! Hoje é mais urgente do que nunca a unidade dos cristãos, unidos por obra do Espírito Santo, na oração e na ação em prol dos mais débeis. Caminhar juntos, trabalhar juntos. Amar-nos. Amar-nos. E juntamente procurar explicar as diferenças, chegar a um acordo, mas a caminho! Se permanecermos parados, sem caminhar, nunca, nunca concordaremos. É assim, porque o Espírito nos quer a caminho.

 

(discurso na Vigília de Pentecostes, Jubileu de Ouro da Renovação Carismática Católica, no Circo Máximo, em Roma- em 03/06/2017)

 

Fonte: http://w2.vatican.va

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