Um coração enamorado do Espírito Santo. O Carmelo, que significa jardim florido, tem entre as flores que ofereceu à Igreja essa santa mística, carismática. Santa Maria de Jesus Crucificado, ou Santa Miriam. Ainda jovem, consagrou-se espontaneamente e por tal decisão foi duramente humilhada por sua família. Criada por tios, já que os pais morreram muito cedo, Miriam foi prometida em casamento e recusou o acordo familiar.
Procurando ajuda com um casal amigo, sofreu o assédio para que deixasse a fé cristã. À negativa de Miriam, o homem que possuía intenção de torna-la sua segunda esposa, cortou lhe a garganta. Miriam foi deixada em um fundo de vale, lugar ermo, onde a própria Virgem Maria tratou de sua ferida e lhe fez companhia, até a recuperação.
Passada a fase da enfermidade, Miriam foi levada por Nossa Senhora até uma Igreja, onde recebeu o Sacramento da Reconciliação e pode externar o desejo de tornar-se freira. A Virgem Mãe de Deus havia lhe segredado que ela seria uma filha de Santa Teresa, indicando a família carmelita.
Muitas desventuras foram registradas no caminho até a Consagração Religiosa, mas extraordinariamente, Miriam foi provida de paciência e ternura. Sua vida de oração era uma constante chamada a todos que a cercavam. Por inúmeras vezes foram testemunhados os êxtases que vivia, principalmente na Santa Missa e na Adoração Eucarística.
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Dons carismáticos
Os dons carismáticos do Espírito Santo lhes eram particulares. Miriam recebia palavras de ciência, apontando algo que o Senhor Jesus estava realizando na vida de alguém, ou em alguma situação. Possuía um dom aprimorado de Profecia e de Discernimento dos Espíritos, ajudando em direções do Carmelo e da Custódia da Terra Santa. Ela chegou a indicar o local onde havia acontecido o fato bíblico dos discípulos de Emaús, confirmado depois por escavações.
Em suas mãos, pés e lado eram visíveis as marcas de Cristo, os estigmas. Um odor de rosas foi sentido expelido deles, quando de sua morte. A bi locação também era uma constante. Presa a vida monástica, no Carmelo, frequentemente era vista à cabeceira de algum moribundo, a interceder por ele, ou em alguma situação de conflito, trazendo paz e reconciliação.
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Extraordinária também era o dom de levitação. Bastava começar a orar, seus pés deixava o chão. Em conflitos no oriente médio, anos após a sua morte, Miriam foi vista acima dos Carmelos, de Belém e de Jerusalém, como um sinal de sua constante intercessão. Por um longo período de sua vida, por permissão divina, foi perseguida pelo maligno e sofrera diversos tormentos espirituais e carnais, ao ponto da possessão. Porém, à vista de sua santidade, o demônio teve que deixá-la, dando testemunho que aquela alma era repleta do Espírito Santo.
Miriam morreu trabalhando, construindo a Igreja do Carmelo. Ela era inspirada de forte ânimo, do desejo de fazer a vontade de Deus. Possuía reconhecida virtude de incentivar os dons dos irmãos e em sua morte, muitos testemunharam como tiveram a fé confirmada, pelos encorajamentos da religiosa. Em seus lábios, uma oração era constantemente encontrada: Vem Espírito Santo. Ela se definia como o “pequeno nada” ou “nadinha de Deus” – querendo que tudo o que pudesse vir a fazer fosse reconhecido como ação única do Espírito Santo.
Santa Miriam, a carismática, rogai por nós!
Bruno Maffi
Grupo de Oração Dom Albano
Arquidiocese de Londrina(PR)
Oração de Santa Miriam
“Espírito Santo, inspirai-me;
Amor de Deus, consumi-me;
Ao verdadeiro caminho, conduzi-me,
Maria, minha Mãe, olhai para mim,
com Jesus, abençoai-me;
de todo mal, de toda ilusão,
de todo perigo, preservai-me!”