Em cada aparição de Nossa Senhora, Maria colocou-se como mensageira de Deus para manifestar a vontade do Dele para aquele determinado lugar, naquele específico contexto histórico e transmitir tudo que venha da parte de Deus para seu povo. Assim deu-se a aparição que transformou o passado século.

Era o dia 13 de maio de 1967, em que três crianças brincavam e pastoreavam em um povoado simples de Portugal, a pequenina Fátima. Esse foi o dia e local que o Senhor escolheu para dar ao seu povo a visita doce, maternal e imaculada da Virgem Maria.

 

“Andando a brincar com Jacinta e o Francisco, no cimo da encosta da Cova da Iria, a fazer uma paredita em volta duma moita, vimos, de repente, como que um relâmpago.

 – É melhor irmos embora para casa, – disse a meus primos – que estão a fazer relâmpagos; pode vir trovoada.

– Pois sim.

E começamos a descer a encosta, tocando as ovelhas em direção à estrada. Ao chegar, mais ou menos a meio da encosta, quase junto duma azinheira grande que aí havia, vimos outro relâmpago e, dados alguns passos mais adiante, vimos, sobre uma carrasqueira, uma Senhora, vestida toda de branco, mais brilhante que o Sol, espargindo luz, mais clara e intensa que um copo de cristal, cheio d’água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente. Paramos surpreendidos pela aparição. Estávamos tão perto, que ficávamos dentro da luz que A cercava ou que Ela espargia, talvez a metro e meio de distância, mais ou menos.

Então Nossa Senhora disse-nos:

– Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.

– De onde é Vossemecê? – lhe perguntei.

– Sou do Céu.

 (…)

Parece-me que devia ter de 18 a 20 anos.

– Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?

– Sim, queremos.

– Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc.) que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente:

– Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.

Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou:

– Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.

Em seguida, começou-Se a elevar serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer na imensidade da distância. A luz que A circundava ia como que abrindo um caminho no cerrado dos astros, motivo por que alguma vez dissemos que vimos abrir-se o Céu”(Memórias da Irmã Lúcia I, 14ª Edição).

 

Conversão, oração, sacrifícios e arrependimento dos pecados são as palavras chaves de Nossa Senhora para que as pessoas novamente se encontrassem com o Senhor. E hoje, o que a Virgem Maria pede a nós?

Deus está e sempre esteve vigilante às necessidades do seu povo. Ele nos confia uma mãe. Porém, não como uma mãe desatenda e desacreditada nos seus filhos, mas uma Mãe que vem ao encontro dos seus no momento oportuno para comunicar a vontade de Deus e ajudar o seu povo a voltar-se inteiramente ao coração de Deus.

Da mesma forma, o apelo da Virgem Maria, mãe da Misericórdia é que nos voltemos ao Senhor, com o coração contrito e sincero. Ele abre-nos as portas da Misericórdia para que por ela passe todos os seus filhos e filhas. O Senhor não deseja perder nenhum.

A mensagem da Virgem de Fátima é mais atual que nunca. O convite à conversão permanece através dos fortes apelos do Santo Padre, da Santa Igreja e dos acontecimentos que mostram que é necessário converte-nos, mostram que o Senhor quer uma mudança de vida do seu povo. O Ano Jubilar da Misericórdia evidencia isso: “Que a palavra do perdão possa chegar a todos e a chamada para experimentar a misericórdia não deixe ninguém indiferente. O meu convite à conversão dirige-se, com insistência ainda maior, àquelas pessoas que estão longe da graça de Deus pela sua conduta de vida. Penso de modo particular nos homens e mulheres que pertencem a um grupo criminoso, seja ele qual for. Para vosso bem, peço-vos que mudeis de vida. Peço-vos em nome do Filho de Deus que, embora combatendo o pecado, nunca rejeitou qualquer pecador” (Papa Francisco, Misericordiae Vultus).

Este ano, nos preparamos para celebrar os 100 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima e, poucos dias depois, os 50 anos de Renovação Carismática Católica no mundo, em 2017. Vamos olhar para os sinais e aproveitar o convite e a intercessão da Virgem Maria para que com a graça do Espírito Santo sejamos santos e irrepreensíveis diante do Senhor (cf. Ef 1,4).

Bendito seja Deus que nos deu Maria como mãe; bendita seja a santa Igreja Católica Apostólica Romana que a reconheceu por Nossa Senhora! Que sejamos filhos obedientes às ordens e a promessa da mãe:“Mas a graça de Deus será o vosso conforto”.

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