Quinta-feira  (26/01/2017)

Em conformidade com a programação do Ministério Fé e Política (MFP), o Coordenador Nacional, Sérgio Zavaris, deu início ao Workshop no ENF/2017 como de costume, com a contemplação dos Mistérios Luminosos do Santo Terço Mariano, recordando a quinta-feira como o dia adotado pelo Ministério para oração e súplica pela nação brasileira e os trabalhos do Ministério.

Dando prosseguimento a este primeiro momento de espiritualidade, realizou-se um grande clamor conduzido pelos irmãos Ironi Spudaro (convidado especial) e Sérgio Rodrigues (coordenador do Ministério no Distrito Federal), momento em que toda a assembléia rogou a Deus por cura, libertação, perdão oferecido e restauração de relacionamentos.

Na sequência, Dom Alberto Taveira (Assessor Eclesial da RCCBRASIL), conduziu com maestria o primeiro momento de formação, com o tema: “O Servidor Público precisa resgatar sua missão, em observação à Palavra de Deus”. Quando o mesmo exortou todos a resgatar a própria missão na sociedade, observando a Palavra de Deus.

À luz da passagem de Atos dos Apóstolos 2, 42-47, Dom Alberto Taveira trouxe reflexões valiosas a respeito das relações humanas na sociedade, tendo como ponto central o versículo ‘todos tinham tudo em comum’.Citou o capítulo 5 do Livro dos Atos dos Apóstolos, onde a Bíblia nos revela que a iniquidade já estava presente entre as pessoas daquela época, porém com um caminho seguro apontado por Jesus muito claro e distinto: a santidade!

Dom Alberto também trouxe outra valorosa reflexão sobre o mérito do martírio, lembrando a importância do Ecumenismo Fecundo (Papa Francisco). O bispo recordou que o país precisa de pessoas dispostas ao martírio; homens e mulheres que compreendam o que é ser sal, luz e fermento neste mundo.  “Não dá para ser mais ou menos, é preciso coragem e determinação para ser Santo!”.

Citando a passagem de  João 19, 11 (“Não terias poder algum sobre mim se de cima não te fora dado”), Dom Alberto fez um paralelo entre poder e prazer – Argumentando que o poder pode levar a dois caminhos distintos: O caminho do serviço ou o caminho da sedução – “Quando falta o espírito de serviço, colocamos tudo a perder”. Ao argumentar sobre prazer, ele recordou que a nossa fé é pascal  –  não há redenção sem passar pela dor.

Em breve abordagem sobre partidarismo político, Dom Alberto nos exortou a não confundir o Evangelho de Jesus Cristo com qualquer sistema político  –   O Evangelho deve estar permeando toda a sociedade. E assim é a Igreja: está presente no mundo com profundo espírito de serviço em todos os âmbitos.

Finalizando o primeiro dia de Workshop, Sérgio Zavaris fez algumas colocações sobre a importância do envolvimento de toda a Renovação nos assuntos relacionados à política. “Precisamos incentivar o nosso povo a acreditar em sua própria capacidade de análise para a decisão do voto. O anúncio da RCC deve ser: o povo é chamado a ser protagonista da eleição, através do voto isento” (Sérgio Zavaris).

Ao final, os Coordenadores Estaduais do MFP que estavam presentes no workshop do Ministério FÉ e Política foram chamados à frente para apresentação de seus trabalhos em cada estado. Sérgio Zavaris destacou que para 2017, o Ministério Fé e Política conta com coordenação nos 24 estados, dentre as 27 unidades da federação, motivo pelo qual a assembléia comemorou a resposta de co-responsabilidade e cooperação da Renovação Carismática Católica em todo Brasil.

Sexta-feira  (27/01/2017)

No segundo dia de workshop, o Ministério Fé e Política contou com a presença formadora de Dom José Aparecido, bispo auxiliar de Brasília, que realizou duas pregações na manhã de sexta-feira, trazendo reflexão sobre os temas: “convém que eu diminua, e que ele cresça” (Jo 3, 30) e “Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade que é o vínculo da perfeição” (Cl 3, 12-17).

Para a primeira pregação, Dom José citou São Sebastião, afirmando que é próprio do cristão ser mártir. Lembrou que S. Sebastião se tornou santo em sua profissão, exercendo seu dever com coragem, valentia e misericórdia. Serviu ao imperador por tantos anos e após ser condenado a morte à flechadas, ao invés de odiar o imperador, usou de misericórdia. Sarou as feridas e foi anunciar Jesus Cristo àquele homem – “Quando eu assumo qualquer posição na sociedade é preciso que eu me coloque  sob o Suavíssimo Senhorio de Jesus” (Dom José Aparecido).

Dom José Aparecido trouxe também à luz uma importante reflexão a respeito da missão do Ministério Fé e Política: Nossa tarefa é revelar o rosto de Cristo em todas as cidades, em todas as instituições e à todas as pessoas. E é preciso evangelizar o mundo da política, especialmente as eleições”. Ele ponderou que a compra de votos tem gerado uma cultura de morte e refletiu: “O 7º mandamento ordena:não roubar!  Portanto, vender o voto é vender a própria honestidade”.

Dom José tratou de maneira hábil e profunda a respeito da dignidade da pessoa humana. Com palavras firmes, a voz do pastor que conhece suas ovelhas, encantou a todos. Reafirmou que é preciso conhecer o Evangelho e também a Doutrina Social da Igreja para melhor evangelizar através do Ministério Fé e Política – “O fundamento de qualquer Lei escrita por uma nação deve sempre ser calcada no respeito ao direito e a dignidade humana”.

Ele levou os presentes a um exame de consciência ao ponderar: Quando eu trabalho no mundo da política evangelizando-o, é certo que toda ação política é um ato de evangelização para nós. A questão é: as pessoas percebem que o Reino de Deus está próximo? Elas reconhecem algo diferente em nossas ações? Fica claro que Jesus Cristo reina com a nossa presença?        

Dom José lembrou que São Tomás Moro enfrentou a pressão da própria família para fazer o que era certo. E questionou: “Quando faço o discernimento das coisas, eu obedeço retamente a minha consciência?” Por isso, o político precisa confiar em seus assessores, mas não pode abdicar da responsabilidade de um empenho intelectual exigente. Quem exerce uma função legislativa não pode votar em um projeto simplesmente porque o partido mandou. O político precisa ter competência profissional para exercer e assumir suas responsabilidades de decisão em favor do bem comum.

Na segunda pregação, Dom José abordou um tema importantíssimo: a soberba. Ele ensinou que o pecado contra o sexto mandamento é um dos grandes pecados humanos – a soberba é algo diabólico! “Entre vós não deverá ser assim.” (Mt 20, 26b). E acrescentou: “… o grande motor de nossa missão e vocação é a caridade.A caridade não é uma simples recomendação para os políticos, é um caso de vida ou morte. Quem trabalha na política deve entender que se nos declaramos cristãos, não há lugar para a soberba, pois um homem público é servidor do povo de Deus.

E alertou para o grande perigo da corrupção –  é preciso cuidar até mesmo de um pequeno ato nosso, mesmo que seja no mais simples cargo ou função a nós confiado. Portanto, a fidelidade que se deve a Jesus Cristo precisa ser motivo de permanente reflexão. A presença do leigo na política é para aqueles que tem por vocação a santificação das coisas temporais a partir de dentro.Ou se decide ser político para ser santo, ou não seja um político.

No último bloco de nosso workshop durante a tarde de sexta-feira, o Coordenador Nacional do MFP, Sérgio Zavaris, relembrou o tripé de ação do MFP:

a) formação;

b) evangelização do meio público;

c) acompanhamento das eleições.

Ele enfatizou que Deus tem um projeto para cada um de nós na sociedade e Ele nos chama a uma missão. Precisamos mudar a cultura estabelecida no Brasil, para uma cultura de vida e de esperança no próximo e, portanto, no futuro.

De forma marcante, finalizou sua primeira contextualização sobre o Ministério dizendo que muito mais importante que indicar pessoas à eleição, é levar a Renovação a uma reflexão das políticas públicas. Para tanto, ele trouxe o debate sobre a reforma da previdência, a qual de maneira alguma pode ser aprovada sem que haja a devida participação do povo, com o encaminhamento de uma solução que priorize a prática da justiça.

Confira a galeria de imagens completa do evento acessando rccbrasil.org.br/imagens.

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